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quarta-feira, 16 de agosto de 2017

ÓRGÃOS DE PORCOS EM HUMANOS?


O xenotransplante é o nome dado a técnica de transplante de órgãos de uma espécie para outra e não é uma técnica nova, Henrique Ferreira Galvão, professor da FMUSP(Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), afirma que até 1970, transplante utilizando rim, fígado e coração foram realizados com a utilização de diversos animais como macacos e porcos.
Os cientistas que possuem desejo de transplantar órgãos de porcos em seres humanos, inicialmente encaram um problema, que são os PERVs, ou seja, restos virais de infecções posteriores por retrovírus endógenos que deixaram fragmentos de seu DNA no genoma do suíno e que, podem infectar alguns órgãos vitais dos seres humanos que receberão futuramente tais implantes.
Com inúmeras pessoas na fila de espera para receber transplante e com a falta de órgãos, cientistas têm pressa em desenvolver novos mecanismos para diminuir a quantidade de pessoas esperando. Assim, buscam novas tecnologias como a conhecida zinc finger nucleases( nucleases de dedo de zinco), uma técnica onde ocorre a ligação de proteínas liadoras de DNA, geradas por fusão de dedo de zinco, que vão facilitar a edição do genoma desejado e gerando intervalos em par de bases em locais específicos. O virologista Joachim Denner do Instituto Robert Koch em Berlim, junto com seus colaboradores, usaram dessa técnica para realizar cortes no genoma do porco, mas obteve-se como resultado cortes imprecisos que se mostraram tóxicos para as células.
Mas em 2015, dois geneticistas de Harvard, George Church e Luhan Yang criaram a empresa eGenesis e no mesmo ano mostraram que CRISPR era eficiente para eliminar os genes PERV em todos os 62 sites do genoma do porco, esse é utilizado até hoje. Contudo, na pesquisa inicial, esses dois pesquisadores utilizaram linhagens celulares que, in vitro, conseguia se dividir indefinidamente e para que os resultados fossem mais úteis, deveriam ser utilizadas células normais vindas de um porco vivo. Assim, utilizando dessas células normais vindas do tecido conjuntivo e conseguiram um resultado de 100% de células sem o PERV, depois de expor as células a um coquetel químico que incentivou as células a crescer.
Depois de resolver essa questão os pesquisadores realizaram clonagem padrão, inserindo o núcleo das células editadas em ovócitos retirados de porcos e permitiram que cada ovo se desenvolvesse em um embrião no útero de uma outra mãe. Mas no inicio da pesquisa havia um medo de que os porcos gerados seriam ou não viáveis, como afirmou Yang. Mas esse ano publicaram um artigo na Science que os porcos que foram gerados eram viáveis e em testes com tecidos de 37 leitões nascidos, notaram que todos pareciam estar livres de PERV.

Mesmo com todos esses trabalhos, ainda sabemos que  PERVs não são o único problema, os pesquisadores ainda terão que eliminar genes que causam reações imunológicas no humanos e inserir genes que impeçam interações tóxicas com o sangue humano. Todos esses trabalhos estão sendo desenvolvidos pela eGenesis. Yang ainda afirma que comparado com o PERV, o desafio da compatibilidade é ainda mais desafiador.
No Brasil, o tema recebeu grande destaque na conferência da ANM(Academia Nacional de Medicina), onde fora apresentado as pesquisas que estão sendo desenvolvidas a respeito dessa técnica. Ao fim da conferência o Prof. Rodrigo Vianna, da Miami University, Miller School of Medicine, realizou as considerações finais e afirmou "que o futuro já chegou", dizendo ainda, com convicção que entre 3 a 5 anos essa técnica de transplante será realidade para uso clínico.
QUAL A SUA OPINIÃO?
REFERÊNCIAS

http://www.sciencemag.org/news/2017/08/crispr-slices-virus-genes-out-pigs-will-it-make-organ-transplants-humans-safer

http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2017/05/22/xenotransplante-e-tema-de-conferencia-internacional-na-anm/

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Processo de Tradução


É quando ocorre a leitura da fita de RNAm que foi gerada após a transcrição, saindo do núcleo pelos complexos e poros, onde será lida pelos ribossomos.
O ribossomo é dividido em duas subunidades, uma maior e uma menor. A maior possui três sítios, o sítio A (de aminoacil), o sítio P (de peptidil) e o sítio E (de exit ou saída).
A tradução possui três etapas, a iniciação, alongamento e termino. E, assim como na transcrição, existem diferenças entre a tradução dos procariotos e eucariotos.

·         INICIAÇÃO
Para iniciar, nessa fase ocorre a colocação do primeiro aminoacil – tRNA do sítio P do ribossomo. Sendo que na maioria dos procariotos e eucariotos, o primeiro aminoácido colocado é a metionina (AUG) que é inserida por um tRNA chamado de iniciador, com símbolo tRNAmet i.

 - PROCARIOTOS
Em casos de seres procariotos, o códon de iniciação vem após uma sequência chamada de sequência de Shine-Dalgarno que, por ser par com a extremidade 3’ do rRNA na subunidade 30s , auxilia no posicionamento correto do códon iniciador no sítio P.
Após essa ligação, proteínas conhecidas como fatores de iniciação (IF1, IF2 e IF3) são indispensáveis para tal processo. Onde a IF3 está relacionada em manter as subunidades 30s e 50s dissociadas, assim, permitindo que as outras, IF1 e IF2, atuem fazendo com que apenas um tRNA entre no sítio P. A subunidade 30s, o mRNA e o tRNA iniciador formam o complexo de iniciação.

A tradução em procariotos pode ocorrer mesmo antes do fim da transcrição, por causa a inexistência de um compartimento nuclear.

-EUCARIOTOS

Quando o mRNA é transportado para o citoplasma ocorre uma série de associações com proteínas e em algumas regiões se pode notar dupla hélice devido ao pareamento de bases intramolecular. Então, para que a região do iniciador seja exposta, os fatores eucarióticos de iniciação chamados de eIF4A, B e G atuam na remoção dessas estruturas secundárias. Elas se associam com a subunidades 40s, ao cap e ao tRNA para formar o complexo de associação. Com essa formação, o complexo se desloca pela a fita no sentido 5’ para 3’ e desenrola as regiões com pareamentos de bases e percorre procurando o códon de iniciação AUG que, com a ligação correta com o tRNA, ocorre a conexão com a subunidade 60s para formar o ribossomo 80s.


·                                ALONGAMENTO


Esse processo inicia quando o tRNA conecta o anticódon para metionina no sítio P. O tRNA, ante de ser inserido no ribossomo, se liga ao fator de alongamento chamado de EF-Tu e forma o complexo ternário que é formado pelo tRNA, o EF-Tu e o aminoácido. Quando o EF-Tu deixa o complexo ternário e o aminoacil-tRNA liga-se no sítio A com o códon correspondente fazendo com que ocorra, entre os aminoácidos, ligações peptídicas. Com a ocorrência dessa ligação, outro fator chamado de EF-G se posiciona do sítio A causando a mudança dos tRNA dos sítios P e A para os sítios E e P respectivamente. Essa sequência de fatores ocorre repetitivamente até gerar uma proteína.

·                                      TÉRMINO

Quando o reconhecimento de códons de término, que pode ser UGA, UAA ou UAG, pelos fatores de liberação( RF1, RF2 e RF3). Quando os fatores se ajustam no sítio A doa subunidade 30s ocorre a entrada de moléculas de água no centro peptidiltransferase fazendo com que haja liberação de um polipeptídeo do tRNA no sítio P. Por fim, as subunidades ribossômicas separam-se, fazendo com que a subunidade 30s esteja pronta para uma nova ligação.












INFORMAÇÕES ADICIONAIS:
·               Holoenzima RNA polimerase: Ela é formada por uma série de multissubunidades. Sendo duas α que ajudam a montar a enzima e promovem interações com as proteínas reguladoras, a subunidade β que atua ativando a catálise, a β’ que liga-se ao DNA e a ω que possui papéis  na montagem da enzima e na regulação da expressão gênica.
·               RNApolimerase I: Transcreve genes de rRNA ( excluindo 5s rRNA)
·               RNApolimerase II: Transcreve todos os genes codificadores de proteína, para os quais o transcrito final é o mRNA, e transcreve alguns snRNA.
·               RNApolimerase III: Transcreve os pequenos genes de RNA funcionais
·               CAP: É a 7-metilguanosina que liga ao transcrito por três grupos fosfato e possui a função de proteger o RNA da degradação e é importante no momento da tradução.

REFERÊNCIAS
GELBART, M. WILLIAM; GRIFFITHS, ANTHONY J. F.; LEWONTIN RICHARD C.; MILLER, JEFFREY H.; SUZUKI, DARID T.. Introdução à Genética, 6ª ed., Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1998.
SNUSTAD, D. P., 1940- Fundamentos de genética/ SIMMONS, M. J. ; tradução Paulo A. Motta.- 4ª ed. – [Reimpr.]. – Rio de Janeiro : Editora Guanabara Koogan, 2012.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Experimentos genéticos

      Experimentos de  Frederick Griffiths- Com Pneumococos estreptococos

             Griffths observou que a linha encapsulada era patogênica ao aplicar em camundongos e as mesmas causarem a morte dos animais. Então ele realizou a inativação com calor e aplicou nos mesmos animais e observou que não havia reação. Então ele aplicou ainda uma linhagem da bactéria sem cápsulas e observou que também não ocorreram reações. Contudo, ao aplicar em um rato, uma linha inativa e uma linhagem sem capsulas, ele observou que no fim, os camundongos morriam. Levando-o então a uma conclusão de que as bactérias sem capsulas haviam reativado as que foram inativadas com calor.
             Mesmo não compreendendo esse processo transformador, ele chegou a conclusão que alguma substância, que ele chamou de princípio transformante, havia sido responsável por essa transformação.

      Experimento de Avery, Macleod e McCarty – DNA mendeia a transformação

              É um seguimento do experimento do Griffiths, mas nesse, oas pesquisadores queriam descobrir qual era a substância que Griffiths chamou de princípio transformante.
                 Oswald Avery, Colin Macleod (1909 – 1972) e Maclyn McCarty(n.1911) isolaram, a partir de 75 litros deStreptococcus, 25 miligramas de um extrato com altíssimo poder transformante. Eles trataram esse extrato com diferentes substâncias. Sendo a amilase (enzima que degrada polissacarídeos), a protease (enzima que degrada proteínas), a ribonuclease (enzima que degrada RNA) e a dnase (enzima que degrada DNA).
              O único tratamento que fez o extrato perder completamente o seu “poder transformante” foi o tratamento com dnase.
              Assim, em 1944, Avery e seu colaboradores, chegaram à conclusão de que a substância transformante era o DNA.


          Experimento de e Chase – Com bacteriófago e bactérias (E.coli)

              Em 1952, dois cientistas, Alfred Hershey e Martha Chase, realizarão um experimento para identificar o DNA como material hereditário.
              A experiência fora realizada com bactérias e virus bacteriófago. No primeiro experimento eles marcaram a capsula do virus com enxofre radioativo(35S) e no segundo, marcaram o DNA com fósforo radioativo (32P). puderam então observar que a descendência  dos bacteriófagos marcados com 35S não era radioativa, mas a geração que teve o DNA marcado com 32P era toda radioativa. Conseguiram então chegar a conclusão de que o ácido nucléico que transmitia informação.


Padrões de Herança

   PADRÕES CLÁSSICOS DE HERANÇA

              As observações que outra eram feitas com plantas, passaram para estudos com a Drosophila melanogaster  que impulsionou os pesquisadores a tentarem relacionar tais fatores às características da espécie humana. Contudo a primeira barreira foi a impossibilidade de realizar cruzamentos em laboratório.
              Então começaram a analisar gerações através dos heredogramas para ver se os padrões de transmissão seguiam os mesmos que Mendel analisou.

           Heredogramas
         Podem ser tidos como diagramas que mostram relações entre familiares,facilitando assim o estudo de determinada característica.


         Fatores que afetam o padrão dos heredogramas
·         Heterogeneidade:  Onde há diversos fenótipos que são semelhantes mas são determinados por genótipos diferentes.
·         Penetrância: É considerado como a probabilidade de um gene ter qualquer expressão fenotípica. Podendo ser completa e todos os indivíduos que tiverem o gene manifestarão a característica e pode ser incompleta, onde, mesmo possuindo o gene, nem todos manifestam a doença. Quando tratamos de penetrância completa podemos citar como exemplo a acondroplasia (nanismo) e no caso da incompleta se pode citar o retinoblastoma que apenas 20% das pessoas, que possuem o gene, não manifestam a doença.
·         Pleiotropia: Assim como um fenótipo pode influenciar vários genes, um gene pode influenciar vários fenótipos. Quando um gene realiza esta ação, de influenciar muitos aspectos do fenótipo, ele é chamado de pleiotrópico.
·         Expressividade: Esse termo é usado para determinar a manifestação variada de um determinado caráter entre pessoas de um mesmo grupo com o gene para tal característica.

            HERANÇA MONOGÊNICA OU MENDELIANA


        Herança autossômica dominante
              Esse tipo de herança se apresenta em múltiplas ou sucessivas gerações, afetando e sendo transmitidas tanto por homens, quando por mulheres. É característica de mais de metade dos padrões da herança mendeliana.
              Um exemplo desse tipo de herança é a pseudoacondroplasia (um tipo de nanismo) onde as pessoas com a altura normal são genotipicamente d/d e aqueles que manifestam possuem genótipo D/d ou D/D.
              Nesse podemos ainda observar a dominância completa, ou seja, o indivíduo heterozigoto apresenta o caráter condicionado por um alelo dominante e o alelo recessivo só se expressa em homozigose e a dominância incompleta, onde o indivíduo heterozigoto vai apresentar um padrão diferente dos homozigotos e surge um fenótipo intermediário. No último caso, teremos uma proporção fenotípica de 1:2:1  e uma proporção genotípica de 1:3:3:1 (seguindo a lei de Mendel).
              Há ainda a sobredominância, onde o heterozigoto expressa um fenótipo mais produtivo e superior, sendo melhor para a indústria.

          Herança dominante ligada ao X
              Nesse tipo de herança os homens afetados transmitem a condição para todas as filhas, mas não para os filhos. E as mulheres heterozigotas afetadas casadas com homens não afetados transmitem a condição para metade de seus filhos e filhas. E há ainda os alelos letais que, quando em homozigose, levam o individuo à morte.

        Herança autossômica recessiva
              Diferente da herança autossômica dominante, essa ocorre em uma única geração e pode haver irmãos onde em apenas um é expresso o caráter. Ocorrendo em homozigose ou em heterozigose composta, que são pessoas que contém alelos diferentes para a mesma deficiência.

            Herança recessiva ligada ao X
              Quando a recessiva é ligada ao X nenhum dos filhos de homens afetados apresentará a deficiências. Contudo, filhas serão “portadoras”, carregando o alelo recessivo e então poderá transmitir para seus descendentes homens através do cruzamento XAXa × XAY. Nesse caso, uma mulher só terá o fenótipo se o pai e a mãe possuírem o gene (p. ex., X­AXa × XaY).
      
                       Herança ligada ao X
              Podemos usar para analise desse tipo de herança a coloração dos olhos de Drosophilas melanogaster.
              Foram realizados dois experimentos, o primeiro fora iniciado com o cruzamento de machos com olhos brancos e fêmeas com olhos vermelhos, o que originou toda a prole F1 com olhos vermelhos. Ao realizar o cruzamento entre F1, se pôde observar que todas as fêmeas possuíam olhos vermelhos e apenas 50% dos machos possuíam olhos brancos e gerando a proporção fenotípica de 3:1.
              No segundo experimento cruzaram-se fêmeas de olhos brancos(Xw X Xw) com machos de olhos vermelhos(Xw+ X Y) e a F1 observada foi que todos os machos foram de olhos brancos e todas as fêmeas de olhos vermelhos. Ao realizar o cruzamento entre F1 a proporção fora diferente do primeiro experimento. Obteve-se 50% de fêmeas e machos com olhos brancos e 50% de fêmeas e machos com olhos vermelhos.
              Assim fora possível definir que o gene que determinava a coloração branca w, estava em dose dupla nos cromossomos sexuais das fêmeas, a ponto de transmitir um deles para os machos. E no momento do cruzamento entre F1, ainda na formação dos gametas, ambos doam o cromossomo sexual com a característica e no cruzamento observamos a proporção.

          PADRÕES DE HERANÇA NÃO CLÁSSICAS

            
          Herança pseudo-autossômica
É o padrão observado em genes que estão presentes na região pseudo autossômica dos cromossomos X e Y que podem realizar crossing-over durante a gametogênese masculinas e passar suas característica para a prole masculina.

          MOSAICISMO
              Pode ser entendido como a presença em um indivíduo ou em um tecido de células de duas linhagens diferentes geneticamente, mas que foram derivadas de um único. Possuindo células com marcação paterna e células com marcação materna. Ainda durante o processo de divisão pré ou pós-natal que dará origem ao organismo mosaico, podem surgir mutações que podem estar presentes em alguns tecidos do corpo, mas não nos gametas e serem chamadas de mosaicismo somático puro, podem estar apenas nos gametas e em nenhum outro lugar e  serem chamados de mosaicismo de linhagem germinativa puro ou estar presente tanto em células somáticas quato em células germinativas. O que derteminará onde estará esse mosaicismo será o momento que ocorre a mutação, se ocorrer antes do momento de segregação das células, todas a células terão mosaico para a mutação; caso contrário, o local será determinado dependendo do local para onde a célula se segregou.
             O mosaicismo somático ocorre quando a mutação, ainda no período embrionário, ocorre em células que darão origem a células somáticas, já o mosaicismo da linhagem germinativa se originou de células que dariam origem em células germinativas. Ele afeta apenas a linhagem germinativa do indivíduo, de maneira que o indivíduo não será afetado pelo distúrbio relacionado com a mutação, mas poderá passá-la para os descendentes, onde estará presente em todas as células.

                Imprinting genômico
          O imprinting genômico (também conhecido como imprinting parental) é um processo epigenético normal onde alguns genes se expressam em apenas um alelo, enquanto o outro é inativado (metilado). Consiste em uma forma reversível de ativação de um gene que segue um determinado padrão (parterno ou materno) durante a formação dos gâmetas. São conhecidas algumas doenças relacionadas com o imprinting genômico, como a Síndrome de Prader-Willi e Síndrome de Angelman.
    
              Dissomia uniparental
Ocorre quando uma pessoa recebe duas cópias de uma cromossomo do mesmo parental. Pode ser isodissomia quando receber duas cópias dos homólogos e pode ser heterodissomia  quando vier uma cópia de cada homólogo.
               
                     
              HETERODISSOMIA                                                ISODISSOMIA

          Mutações dinâmicas
              As mutações dinâmicas consistem na expansão do número de unidades repetitivas, tipicamente constituídas por tripletos, presentes num determinado gene ou na sua vizinhança.
              Em condições normais, um indivíduo é portador de um número reduzido de tripletos repetidos sequencialmente. Quando o número de repetições ultrapassa um limiar crítico a mutação torna-se patogénica, sendo esta a causa de várias doenças genéticas. Na expansão de diferentes tripletos o limiar crítico é diferente.
               A severidade da doença e a idade a que os primeiros sintomas surgem depende do número de repetições do tripleto.
               A antecipação é um fenómeno associado às mutações dinâmicas. Consiste no aumento de gravidade da expressão de um determinado gene numa família, em gerações sucessivas. A idade de manifestação da doença pode também ser antecipada ao longo das gerações.
               A pré-mutação é um estádio intermédio entre o normal e a expressão fenotípica da mutação em que o número de repetições é além do limite normal, mas ainda abaixo do limiar crítico.
               Como este número de repetições é muito próximo do limiar crítico, a probabilidade da descendência vir a manifestar a doença aumenta devido ao fenómeno da antecipação.
               O deslizamento na replicação do DNA e o crossing over entre repetições desalinhadas são duas fontes possíveis de expansão.
               Este tipo de mutação pode conduzir a perda de função ou com ganho de função tóxica da proteína (s).
               Expansões associados com perda de função são tipicamente maiores do que as expansões que correspondem a um ganho de função tóxica da proteína.
               A repetição de diferentes tripletos leva a diferentes patologias.

LEIS DE MENDEL

LEIS DE MENDEL     



           PRIMEIRA LEI DE MENDEL
              Em sua primeira pesquisa, Mendel escolheu sete características (cor da ervilha, forma da ervilha, cor da vargem, forma da vargem, cor da flor, altura e posição do broto da planta) para tentar descobrir como as mesmas eram transmitidas para seus descendentes.
              Escolhendo de inicio a cor das ervilhas para observar como eram passadas para suas gerações. Para isso, ele realizou a purificação da geração até que em todas as vezes que ocorresse cruzamento, fosse geradas sementes de cores amarelas. Sendo que, de início, ele realizou cruzamentos para a característica, onde a coloração amarela era dominante e a verde recessiva e em seguida ele realizou uma série de retrocruzamentos.
              Mendel então realizou autofecundação em diversas plantas e verificou que a frequência de verdes e amarelas possuía um padrão, sendo de 3 amarelas para 1 verde. Observou ainda que haviam fatores que prevaleciam sobre outros, o que ele chamou de DOMINANTES e os que sofriam inibição ele chamou de RECESSIVO.
              Chegando então a formular a primeira lei que diz:
“As características são resultado da interação de dois fatores que, na gametogênese se separam e voltam a se encontrar na fecundação, para assim, definir sua expressão.”
              E ainda, no fim do experimento, analisou que havia duas proporções, sendo:
Genotípica= 1:2:1
Fenotípica: 3:1

          SEGUNDA LEI DE MENDEL
            Na segunda lei, Mendel analisou como duas características (cor e forma da semente) se expressavam simultaneamente. Para isso ele definiu que havia dois fatores que definiam a cor     (amarelo= V e verde=v) e dois que definiam a forma (lisa=R e rugosa=v).
            Aconteceu que, havia gametas VR e gametas vr, dando origem a plantas di-híbridas (VvRr) que ao serem autofecundadas fora observado que para 16 plantas havia uma proporção genotípica bem maior, de 9/16 amarelas e lisas, 3/16 amarelas e rugosas, 3/16 verdes e lisas e 1/16 verdes e rugosas.

Aqui também se observou duas proporções, sendo:
Genotípica= 9:3:3:1

Fenotípica= 9:3:3:1

TRANSCRIÇÃO

Ø  PROCESSO DE TRANSCRIÇÃO

Pode ser entendida como o processo na qual uma fina de RNA será sintetizada a partir de uma fita de DNA através do pareamento complementar de bases. Esse mecanismo pode ocorrer com o auxilio de uma proteína chama de RNA­­polimerase ­ ou por fatores de transcrição. Sendo que a RNApol­ irá trabalhar colocando os ribonucleotídios em sua posição com a base complementar.
·         Transcrição em procariotos
Em procariotos ocorre a atuação da RNA­­polimerase ­e do fator σ (fator sigma). De inicio, esses dois se conectam e formam a holoenzima RNApolimerase, onde o fator σ encontra-se com ligações fracas. Esse conjunto realiza ma ligação fraca com a fita de DNA, podendo se deslocar por ela.
Quando enfim encontra o promotor, a ligação entre a fita e a holoenzima se fortifica, então a RNApol  atua separando duas fitas para que uma seja utilizada como molde dentro de uma bolha de transcrição.
No fim da síntese uma cadeia de 10 nucleotídeos é formada, a RNApoli rompe as interações com o fator σ e ocorre o desligamento. Então a RNA­pol continua a transcrição com velocidade de 50 nucleotídeos/segundo e o alongamento da cadeia continua até que a polimerase encontre com o sinal de término, fazendo com que a enzima se solte da fita e libere a fita recém-criada.

·         Transcrição em eucariotos
Há algumas distinções básicas entre a transcrição em procariotos e eucariotos. A primeira é que há presença de três tipos de RNApol, a outra é que a transcrição procariótica ocorre no hialoplasma, enquanto nos eucariotos ocorre no núcleo e é mais complexo.
Neste tipo de transcrição não ocorre a formação da holoenzima RNApolimerase ­, porque ocorre através de fatores de transcrição.
A transcrição se inicia quando o fator TFIID – que é uma proteína de ligação a TATA (TBP) – liga-se a uma região da dupla hélice que é rica em timina e adenina chamada de TATA-BOX e atrai outros GTF (fatores gerais de transcrição) e a RNApolimerase II e formam o complexo de pré-iniciação.

A TFIID atua expondo a fita molde de DNA e fosforila aminoácidos que estão localizados na calda do RNApol que é chamada de domínio carboxila terminal (CTD). Após a fosforilação a enzima se liga mais firmemente com a fita de DNA.
Após a fortificação da ligação com o DNA alguns fatores gerais de transcrição se soltam e na RNApol associam-se novas proteínas, os fatores de alongamento que permite à enzima uma maior estabilidade para percorrer a fita de DNA dentro de uma bolha de transcrição.

Na medida em que a fita vai sendo transcrita e saindo da polimerase, vai acontecendo o processo de capeamento, que consiste na modificação da extremidade 5’ com o acréscimo de uma cap (revestimento) ou nucleotídeo de guanina modificado.
Com a transcrição avançando ocorre a associação de proteínas que realizarão o splincing.
Esse processo de splicing pode ser entendido como aquele onde ocorre em primários de RNAm  que possui segmentos que não serão lidos, os íntrons,   que logo serão retirados, ficando apenas os éxons, que são os genes codificantes que farão parte das moléculas de RNAm maduras e  logo serão ligados. Os íntrons são cortados pela regra GU – AG, ou seja, na ponta 5’ há geralmente GU e na ponta 3’ há comumente AG. Os nucleotídeos são reconhecido por cinco pequenas ribonucleoproteínas (U1,U2,U4,U5 e U6)  que juntas com mais 100 formam o spliceossomo que retira íntrons e une os éxons e é composto por snRNA.
A retirada dos íntrons ocorre em etapas:
   1.    Ribonucleoproteínas U1 e U2 ligam-se ao sítio de corte em 5’ e ao ponto de ramificação interno A que e a adenina interna conservada.
    2.    O complexo U4-U5-U6 se junta ao spliceossomo.
   3.     Primeira reação de recomposição: uma ponta de íntron liga-se a adenina interna conservada.
   4.    Segunda reação de recomposição: outra ponta do íntron é cortada; os éxons juntam-se através de reações de transesterificação.
Após o splicing ocorre a poliadenização da extremidade 3’ pelo auxílio dos fatores de estimulação de clivagem(CsTF) e o fator de clivagem e poliadenização (CPSF) e a enzima poliApolimerase­ adiciona de 150 a 200 nucleotídeos A(adenina) na extremidade 3’.

A transcrição termina com a chegada ao códon de parada. No fim da transcrição é gerado transcritos primários de RNA que passarão pelo processamento pós-transcricional, onde sofrerá modificações ainda dentro do núcleo pelas moléculas de tRNA e rRNA para enfim serem liberadas pelos complexos de poro, onde será levadas para o hialoplasma.

REFERÊNCIAS
GRIFFITHS, Antony J. F. et al. Introdução à genética. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.