PADRÕES CLÁSSICOS DE HERANÇA
As observações que outra eram
feitas com plantas, passaram para estudos com a Drosophila melanogaster que
impulsionou os pesquisadores a tentarem relacionar tais fatores às
características da espécie humana. Contudo a primeira barreira foi a
impossibilidade de realizar cruzamentos em laboratório.
Então começaram a analisar
gerações através dos heredogramas
para ver se os padrões de transmissão seguiam os mesmos que Mendel analisou.
Heredogramas
Podem ser tidos como diagramas
que mostram relações entre familiares,facilitando assim o estudo de determinada
característica.
Fatores
que afetam o padrão dos heredogramas
·
Heterogeneidade: Onde há diversos fenótipos que são semelhantes
mas são determinados por genótipos diferentes.
·
Penetrância: É considerado como a probabilidade de
um gene ter qualquer expressão fenotípica. Podendo ser completa e todos os indivíduos que tiverem o gene manifestarão a
característica e pode ser incompleta,
onde, mesmo possuindo o gene, nem todos manifestam a doença. Quando tratamos de
penetrância completa podemos citar como exemplo a acondroplasia (nanismo) e no
caso da incompleta se pode citar o retinoblastoma que apenas 20% das pessoas,
que possuem o gene, não manifestam a doença.
·
Pleiotropia: Assim como um fenótipo pode
influenciar vários genes, um gene pode influenciar vários fenótipos. Quando um
gene realiza esta ação, de influenciar muitos aspectos do fenótipo, ele é
chamado de pleiotrópico.
·
Expressividade: Esse termo é usado para determinar a
manifestação variada de um determinado caráter entre pessoas de um mesmo grupo
com o gene para tal característica.
HERANÇA MONOGÊNICA OU MENDELIANA
Herança autossômica dominante
Esse tipo de herança se apresenta em
múltiplas ou sucessivas gerações, afetando e sendo transmitidas tanto por
homens, quando por mulheres. É característica de mais de metade dos padrões da
herança mendeliana.

Nesse podemos ainda observar a dominância completa, ou seja, o
indivíduo heterozigoto apresenta o caráter condicionado por um alelo dominante
e o alelo recessivo só se expressa em homozigose e a dominância incompleta, onde o indivíduo heterozigoto vai apresentar
um padrão diferente dos homozigotos e surge um fenótipo intermediário. No
último caso, teremos uma proporção fenotípica de 1:2:1 e uma proporção
genotípica de 1:3:3:1 (seguindo a
lei de Mendel).
Há ainda a sobredominância, onde o heterozigoto expressa um fenótipo mais
produtivo e superior, sendo melhor para a indústria.
Herança
dominante ligada ao X
Nesse tipo de herança os homens
afetados transmitem a condição para todas as filhas, mas não para os filhos. E
as mulheres heterozigotas afetadas casadas com homens não afetados transmitem a
condição para metade de seus filhos e filhas. E há ainda os alelos letais que,
quando em homozigose, levam o individuo à morte.
Herança
autossômica recessiva
Diferente
da herança autossômica dominante, essa ocorre em uma única geração e pode haver
irmãos onde em apenas um é expresso o caráter. Ocorrendo em homozigose ou em
heterozigose composta, que são pessoas que contém alelos diferentes para a
mesma deficiência.
Herança
recessiva ligada ao X
Quando a recessiva é ligada ao X nenhum dos filhos de homens
afetados apresentará a deficiências. Contudo, filhas serão “portadoras”,
carregando o alelo recessivo e então poderá transmitir para seus descendentes
homens através do cruzamento XAXa
×
XAY. Nesse
caso, uma mulher só terá o fenótipo se o pai e a mãe possuírem o gene (p. ex., XAXa
× XaY).
Herança ligada ao X
Podemos
usar para analise desse tipo de herança a coloração dos olhos de Drosophilas melanogaster.

No segundo experimento cruzaram-se
fêmeas de olhos brancos(Xw X Xw) com
machos de olhos vermelhos(Xw+ X
Y) e a F1 observada foi que todos os
machos foram de olhos brancos e todas as fêmeas de olhos vermelhos. Ao realizar
o cruzamento entre F1 a proporção fora diferente do primeiro experimento.
Obteve-se 50% de fêmeas e machos com olhos brancos e 50% de fêmeas e machos com
olhos vermelhos.
Assim fora possível definir que o
gene que determinava a coloração branca w,
estava em dose dupla nos cromossomos sexuais das fêmeas, a ponto de
transmitir um deles para os machos. E no momento do cruzamento entre F1, ainda
na formação dos gametas, ambos doam o cromossomo sexual com a característica e
no cruzamento observamos a proporção.
PADRÕES DE HERANÇA NÃO CLÁSSICAS
Herança pseudo-autossômica
É o padrão observado em genes que estão presentes na região pseudo autossômica
dos cromossomos X e Y que podem realizar crossing-over durante a gametogênese
masculinas e passar suas característica para a prole masculina.
MOSAICISMO
Pode ser entendido como a presença em um indivíduo ou em um tecido de
células de duas linhagens diferentes geneticamente, mas que foram derivadas de
um único. Possuindo células com marcação paterna e células com marcação
materna. Ainda durante o processo de divisão pré ou pós-natal que dará origem
ao organismo mosaico, podem surgir mutações que podem estar presentes em alguns
tecidos do corpo, mas não nos gametas e serem chamadas de mosaicismo somático puro, podem estar apenas nos gametas e em
nenhum outro lugar e serem chamados de mosaicismo de linhagem germinativa puro
ou estar presente tanto em células somáticas quato em células germinativas. O
que derteminará onde estará esse mosaicismo será o momento que ocorre a
mutação, se ocorrer antes do momento de segregação das células, todas a células
terão mosaico para a mutação; caso contrário, o local será determinado
dependendo do local para onde a célula se segregou.
O mosaicismo somático ocorre quando a mutação, ainda no período
embrionário, ocorre em células que darão origem a células somáticas, já o mosaicismo da linhagem germinativa se
originou de células que dariam origem em células germinativas. Ele afeta apenas a
linhagem germinativa do indivíduo, de maneira que o indivíduo não será afetado
pelo distúrbio relacionado com a mutação, mas poderá passá-la para os
descendentes, onde estará presente em todas as células.
Imprinting genômico
O imprinting genômico (também conhecido como imprinting parental) é um processo
epigenético normal onde alguns genes se expressam em apenas um alelo, enquanto
o outro é inativado (metilado). Consiste em uma forma reversível de ativação de
um gene que segue um determinado padrão (parterno ou materno) durante a
formação dos gâmetas. São conhecidas algumas doenças relacionadas com o imprinting genômico, como a Síndrome de Prader-Willi e Síndrome de Angelman.
Dissomia uniparental
Ocorre quando uma pessoa recebe duas cópias de uma cromossomo do mesmo
parental. Pode ser isodissomia quando
receber duas cópias dos homólogos e pode ser heterodissomia quando vier
uma cópia de cada homólogo.
HETERODISSOMIA
ISODISSOMIA
Mutações dinâmicas

Em condições normais, um
indivíduo é portador de um número reduzido de tripletos repetidos
sequencialmente. Quando o número de repetições ultrapassa um limiar crítico a
mutação torna-se patogénica, sendo esta a causa de várias doenças genéticas. Na
expansão de diferentes tripletos o limiar crítico é diferente.
A severidade da doença e a idade a que os
primeiros sintomas surgem depende do número de repetições do tripleto.
A antecipação é um fenómeno associado às mutações dinâmicas. Consiste
no aumento de gravidade da expressão de um determinado gene numa família, em
gerações sucessivas. A idade de manifestação da doença pode também ser
antecipada ao longo das gerações.
A pré-mutação
é um estádio intermédio entre o normal e a expressão fenotípica da mutação em
que o número de repetições é além do limite normal, mas ainda abaixo do limiar
crítico.
Como este número de repetições é
muito próximo do limiar crítico, a probabilidade da descendência vir a
manifestar a doença aumenta devido ao fenómeno da antecipação.
O deslizamento na replicação do DNA
e o crossing over entre repetições desalinhadas são duas fontes possíveis de
expansão.
Este tipo de mutação pode
conduzir a perda de função ou com ganho de função tóxica da proteína (s).
Expansões associados com perda de
função são tipicamente maiores do que as expansões que correspondem a um ganho
de função tóxica da proteína.
A repetição de diferentes
tripletos leva a diferentes patologias.
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