GENÉTICA DO CÂNCER
É
considerado uma doença genética porque o evento primário é uma mutação em uma
célula que outrora fora alterara. Esses eventos podem ser gênicos ou
cromossômicos. O câncer pode ser herdável se a mutação ocorrer em células
sexuais.
3.1.
Controle
do ciclo celular
·
Ciclina: produzidas em determinadas fases e
são essenciais para o ciclo celular.
·
CDKs: possuem como principal alvo as
proteínas já existentes e acrescetam os fosfatos.
·
Fosfatase: realizam o processo de desfosforilação.
Para que normalmente ocora a divisão, a célula recebe
sinalização a partir de picos e decaídas da produção de cicinas e CDKs. A
fosforilação pela ciclina-CDK realiza a ativação de fatores de transcrição que
geram genes que serão farão com que a célula passe para o próximo estágio
3.1.1.
Via Rb-E2F
O gene RB é conhecido como um supressor de tumor, por impedir a divisão celular. Ele é presente
em mamíferos e é o responsável em ativar algumas proteínas. Quando o gene Rb
produz a proteína retinoblastoma que logo fica acoplada ao fator de transcrição E2F para exercer a função de ponto de checagem
entre as fases G1 e S. Após a ação
da CDK4 e 6 ocorre uma fosforilação da Rb, fazendo com que
seja inativada e perderá a afinidade pela E2F.
O gene RB, quando mutado, é responsável por retinoblastoma.
3.1.2.
APOPTOSE
Um dos mecanismo responsávei basicamente em impedir a
progressão de células que possuem um desenvolvimento descontrolado e uma alta
taxa de divisão é a apoptose que ocorre com a liberação de caspases.
As caspases são proteínas que após receberem a sinalização
pró-morte realizam o controle negativo
e podem ser caspases iniciadoras e dar
inicio a mecanismos bioquímicos que realizam o processo de morte celular ou
podem ser caspases efetoras e
amplificar o efeito dos mecanismos realizando um desmanche de estruturas
celulares.
De inicio para a apoptose, ocorrer um dano celular que pode
levar à via intríseca da apoptose, resultado no rompimento da membrana da
mitocôndria, fazendo com que o conteúdo que outrora estava dentro estravase.
Parte desse conteúdo é o citocromo que
se ligará ao apaf-1 e à pró-caspase 3 gerando um apoptossomo que dará origem a uma
caspase 3 e por fim levar a célula à morte.
3.1.3.
P53
O gene p53 que gera a proteína p53 é um conhecido fator de
transcrição de organiza o ciclo celular e funciona como gene supressor tumoral. É localizado no braço curto do cromossomo
17 (17p13.1) e é conhecido como o ”guardião do genoma” por conservar a estabilidade
e prevenir mutações.
Ele realiza a detecção de uma mutação e gera respostas de
correção, caso tais respostas não sejam efetivadas ele leva a célula à morte
pela ativação do gene p21 que
interage com a proteína que estimula divisão conhecida com CDK2 , impedindo sua
função e com isso ocorre a morte celular. Essa analise ocorre em um ponto da
divisão conhecido como ponto de
restrição, onde ocorrem analises do bom andamento da divisão e , se forem
observados erros, logo é gerado uma resposta de parada do ciclo ou de
continuação, caso esteja tudo bem.
3.1.4.
Proto-oncogenes
São genes que estão relacionados
com o sistema regulatório do ciclo e podem atuar como controle negativo, parando a
apoptose ou como controle positivo, fazendo com o ciclo permaneça, através da
geração de genes antiapoptóticos.
Os proto-oncogenes podem sofrer
mutações e serem transformados em genes “ruins” conhecidos como oncogene. Podem sofrer uma mutação pontual que ocorre pela
substituição de substâncias moleculares e pode ser uma amplificação gênica que resulta no aumento do número de cópias de
proto-oncogenes e uma super expressão dos seus produtos. Outro fator que pode
mutar o gene é uma translocação
cromossomica levando a uma super expressão do proto-oncogene ou à formação
de um gene quimérico que origina proteínas diferentes das originas ou até
alterar a função bioquímica dos genes originais.
A ativação retroviral, ou seja, a transcrição do RNA em DNA realizada
por um retrovírus. Onde, eles inserem seus genes no DNA da célula hospedeira, adquirem o oncogene do hospedeiro e integram no seu genoma (viral).
3.1.5.
Oncoproteína
Quando proto-oncogenes sofrem
mutações ou existem muitas cópias do mesmo ele acaba se tornando um gene “ruim”
que pode ficar ativo permanentemente ou ser ligado em um momento que deveria
estar inativo. Quando isso ocorre, são conhecidos como oncogenes, que geram oncoproteínas que faz com que a célula se
divida fora do controle. Sendo assim, constuma-se dizer que esse gene sofreu uma
mutação de ganho de função ou de hiperexpressão.
3.1.6.
Genes supressores de tumor
Ao contrário dos oncogenes, onde ocorre uma mutação de ganho
de função e leva a um aumenta na proliferação celular, os genes supressores de
tumor possuem função de efeito oposto, pela perda de função de um determinado
gene. São produtos necessários para o funcionamento de uma célula normal e
quando perdem função, leva à origem de tumores. Esses genes normalmente codificam proteínas que inibem a progressão do ciclo, proteínas essas que
levam à parada do ciclo celular.
Quando mutados, esses genes produzem proteínas com perda de
função que realizará um controle
negativo da apoptose e controle positivo do ciclo celular. Sendo
assim, tais mutações aumento a proliferação celular, diminuem a susceptibilidade à apoptose e aumentam a taxa geral de mutações.
3.1.7. Telômeros
e câncer
Com o decorrer de diversas
divisões celulares a telomerase, enzima que regula o tamanho dos telômeros,
perde sua função, o que gera uma degradação dos cromossomos e assim o
envelhecimento celular. Existem caso em que, a perda de função da telomerase
ocorre muito cedo gerando uma síndrome conhecida como síndrome do envelhecimento precoce ou progéria que
ocorre uma mutação do gene LMNA, provocando uma produção excessiva de uma proteínas conhecida como prelamina A. Ocorre uma perda de de 50 aminoácidos dentro
dessa proteína que resulta na instabilidade no núcleo, danificando-o, fazendo com que a regeneração
dos tecidos é impedida e a originando a morte prematura das células.
No caso de tumores, essa telomerase não perde a função
fazendo com que os telômeros não diminuam e, assim fazendo com que as células
não parem de dividir e nem envelheçam.
Estudos feios com células de câncer, mostraram que a inibição
da telomerase in vitro através de um RNA antisenso levou a um encurtamento dos
telômeros e consequentemente causando apoptose. Contudo isso depende da célula
usada, já que algumas entram em senescência
e outras ainda mantém a proliferação até que o encurtamento dos telômeros
seja máximo. Então, tendo como resposta de um tipo celular a telômeros
extremamente curtos, a sua ausência pode tanto promover quanto inibir
carcinogênese.
Referência
Referência
Mastologia, Apoptose. Disponível em: < https://mastologia.wordpress.com/tag/rb/ >. Acesso em 02
de fevereiro de 2017.
Genética, Progéria. Disponível em: < https://genetica12.wordpress.com/progeria-4/ >. Acesso em
02 de fevereiro de 2017.
PROSDOCIMI, Francisco, Telômeros.
Disponível em: < http://www2.bioqmed.ufrj.br/prosdocimi/chicopros/ensino/didaticos/telomeros.html>. Acesso em 2 de fevereiro de 2017.
GELBART, M. WILLIAM; GRIFFITHS, ANTHONY
J. F.; LEWONTIN RICHARD C.; MILLER, JEFFREY H.; SUZUKI, DARID T.. Introdução à
Genética, 6ª ed., Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1998, 856 p..
SNUSTAD, D. P., 1940- Fundamentos de
genética/ SIMMONS, M. J. ; tradução Paulo A. Motta.- 4ª ed. – [Reimpr.]. – Rio
de Janeiro : Editora Guanabara Koogan, 2012.
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