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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

NOÇÕES BÁSICAS DE IMUNOGENÉTICA

 NOÇÕES BÁSICAS DE IMUNOGENÉTICA


A resposta imune em mamíferos ocorre seguindo alguns passos. De inicio ocorre o reconhecimento, onde células responsabilizadas por tal função, reconhecem o organismo invasor, logo em seguida ocorre a comunicação, essas células que reconheceram vão informar por vias químicas para outras células especializadas pelo ataque e por fim a eliminação, onde as células especializadas irão reconhecer o organismo e destruir.
Existem dois tipos de imunidade, a imunidade inata e a imunidade adaptativa ou adquirida.
·                    Imunidade inata
Essa imunidade é responsável por uma ativação imediata perante um organismo invasor agindo em minutos. Ela está presente no organismo e são passadas através dos nossos pais, sendo evolutivamente mais antiga. A inata pode agir antes do ataque de patógenos, agindo como barreiras físicas, químicas e celulares. Contudo, quando ocorre a entrada de um patógeno, as células que realizam essa função não reconhecem especificamente qual o organismo, já que, possuem receptores que reconhecem apenas padrões.
·                    Imunidade adaptativa ou adquirida
Esse tipo de imunidade não está presente no corpo, ela precisa ser ativada para que entre em ação, essa ativação ocorre a partir da entrada de um determinado patógeno, então o corpo reconhece e gera uma resposta especifica para aquele invasor. Ela é evolutivamente mais recente e reconhece com detalhes os patógenos, possuindo receptores antigênicos de membrana que realizam tal função. Nesse tipo de resposta podemos encontrar dois grupos de células especializadas, os linfócitos B e os linfócitos T.
1..1.      Linfócitos B
Os linfócitos B realizam a sua maturação na medula e saem um tipo específico de anticorpo. Quando se liga ao antígeno, as mesmas se dividem em células B de memória e plasmócitos secretores de anticorpos. Os linfócitos B sãos responsáveis pelo sistema imune humoral, que é responsável por proteger o organismo de células exógenas antes que infectem células do hospedeiro. A resposta imune se dá inicialmente com o reconhecimento do antígeno pelo BCR (IgM/IgD de membrana do LB) e gera a ativação dos LB, que pode ser de forma dependente ou independentes dos LT (linfócitos T). Com essa ativação irá ocorrer agora uma clonagem das células LB específicas para o invasor e logo em seguida a diferenciação em plasmócitos secretores de anticorpos e células B de memória.
ü  Anticorpos
São secretadas após a diferenciação dos linfócitos B para plasmócitos. Esses pertencem a uma classe de proteínas conhecida como imunoglobulinas, são tetrâmeros e possuem duas cadeias leves e duas cadeias pesadas unidas por pontes dissulfídricas. São conhecidas recentemente cinco classes: IgA, IgD, IdE, IgG e IgM. A determinação da classe do anticorpo vai ser determinada pela estrutura de sua região constante, sendo assim, possuem cadeias pesadas α,  , ε,   e μ, respectivamente.
As classe de imunoglobulinas podem ser encontradas em determinada parte do corpo:



 Os anticorpos possuem domínios onde as proteínas irão exercer funções particulares, sendo que, cada anticorpo possui dois sítios de ligação de antígeno e domínios de função efetora que estarão responsáveis por estabelecer contato com os demais componentes do sistema imunológico.
O genoma humano possui a capacidade de gera um número enorme de anticorpos, tal afirmação pode ser explicada pela ideia da recombinação genética somática que afirma que genes codificantes dos anticorpos são recompostos juntos por rearranjos genômicos durante a maturação dos plasmócitos, já que possuem essa informação guardada em pedaços, assim, no momento certo, essas informações são unidas.
Existem ainda fatores que influenciam na variedade de anticorpos, como a hipermutação somática, a alta frequência de mutações no DNA que codifica os anticorpos, o que resulta em uma variedade maior sem se limitar nas sequências já existentes. Assim, a variedade dos mesmo está em constante crescimento, acompanhando vírus e outros patógenos que evoluem de igual forma. Outro fator que contribui para tal diversidade são as múltiplas combinações de cadeias.

1..2.      Linfócitos T
Essas células são responsáveis pela reposta imune celular após sofrerem diferenciação na glândula do Timo, onde ocorre a produção de receptores de célula T que revestem toda a superfície desses linfócitos para que assim possam realizar a função de reconhecer e destruir células que possuem  antígenos exógenos na superfície. É o tipo de célula que possui uma grande diversidade e cada tipo de LT é indispensável para  o organismo.
Após o processo de diferenciação os linfócitos T passarão a ser chamado de células T killer, células T helper ou auxiliares, células T supressoras e células T de memória.  Cada uma delas possui uma função específica e um receptor específico, contudo o que há em comum entre elas é a presença de receptores característicos em todas, conhecido como TCR.,  a estrutura do TCR lembra uma imunoglobulina, mas se encontra ancorado a todo instante na membrana no LT, possuindo duas cadeias com dois domínios Ig, sendo um variável e outro constante.

Uma das diferenças mais marcantes entre TCR e Ig é que o antígeno para TCR não se encontra diluído, mas no momento certo ele irá conectar-se ao MHC, que são moléculas padrão presentes em toda as células e são responsáveis em sinalizar quando a célula em que estão presente se encontra contaminada deixando a mostra na superfície o antígeno. Esse antígeno não pode possuir outra natureza a não ser proteica, o MHC pode ser de classe 1 que apresenta o antígeno para o LT-killer que realizará a morte da célula no mesmo instante e pode ser classe 2 que apresentará o antígeno para LT-auxiliares que não matam a células mas mediará o contato com outras células para realizar tal função. Todas as células possuem marcação classe 1 em sua superfície, contudo, os macrófagos e células fagocíticas possuem classe 2 em sua superfície.
A molécula de MHC classe 1 possui uma fenda que é formada por uma estrutura de cadeia alfa e e uma microglobuliina beta, já  a MHC classe 2 é gerada pela composição de duas cadeias alfa e beta semelhantes, mas não idênticas.
·               Células T Killer
Essas células apresenta receptores TCR e é especializada peloreconhecimento de antígenos associado a MHC-1 da superfície de outras células. Após o reconhecimento, essas células produzem perforinas e outras proteínas que matam a célula marcada que podem ser infectadas por vírus/bactéria ou algumas células cancerosas.
·               Células T helper
Está células, que é o principal alvo do HIV, possui receptor CD4 na sua superfície que realiza o reconhecimento de macrófagos ativados. Após o reconhecimento, ela envia mensagens para leucócitos que realizará um ataque contra o agente agressor.
·               Celulas T supressoras ou reguladoras
São as células que, após serem ativadas pelo LT-helpers irão pôr um fim a todo o ataque através da inativação dos linfócitos killers e helpers, realizando uma limitação da ação deles no organismo com reação imune. Essas celulas realizam ainda uma função padrão no organismo de impedir que T-killers ataquem células do próprio corpo. Portanto se houver uma falta deles, pode ocorrer um ataque ao próprio organismo.
·               Celulas T de memória
Possuem ainda receptores TCR e é a células que realiza a resposta mais rapida e com maior intensidade quando apresentada a um antígeno. Ela possui essa função rápida pois, após ser apresentada a um invasor, elas já possuem a informção do mesmo guardadas. Apresendo a exercer uma resposta para um agente invasor específico.

Ø   Sindrome da imunodeficiência grave combinada (SCID)
É uma doença por imunodficiência, onde há uma deficiência de linfócitos B e anticorpos e, as vezes, de linfócitos T que podem até mesmo não funcionar. Por ser motivo, pacientes com essa deficiência não conseguem realizar o combate efetivo a agente invasores e mornalmente morrem antes dos 2 anos de vida. Mesmo com o tratamento com antibióticoss e imunoglobulinas possuirem bons resultados, a melhor opção é o transplante de medula óssea ou de sangue do cordão umbilical.
Ø   Agamaglobulinemia ligada ao X
Também conhecida como agamaglobulinemia de  Bruton, é uma doença que afeta apenas crianças e é uma doença que ocorre um número reduzido de linfócitos B, gerando assim uma concentração mais baixa de anticorpos que são geradas devido ao defeito no cromossomo X.
Ø   Complexo principal de histocompatibilidade (MHC)
São moléculas derivadas de genes fixos e extremamente polimorficos e são receptores menos específicos que apenas apresentam os antígenos na superfície para que haja contado com os linfócitos T. eles são oriundos de conjuntos gênicos que provêm da mãe e do pai e se expressam de forma co-dominante.  Em humanos é conhecida com HLA ( human leukocyte associated)  e são codificados a partir de uma gama de genes presente no locus HLA no cromossomo 6, esses genes possuem altos níveis de polimorfismo e pode possuir mais de 100 alelos diferentes. Eis a dificuldade de encontrar doadores de orgãos ou de medula, pois a probabilida de dois indivíduos possuírem os mesmo alelos de todos os genes HLA é muito baixa.
Os genes HLA codificam 2 classees de proteínas, a classe 1 HLA que apresentam antígenos às células T killer e assim fornecem mecanismo de distinção proprio ou não; classe 2 HLA que estão presentes na superfície de macrófagos e lonfócitos B estão na forma antígenos para as celulas T helper; e ainda classe 3HLA que são proteínas de complemento.
Doenças autoimunes:
·               Não há distinção do “próprio e do o não próprio”;
·               Produzidos anticorpos contra antígenos “próprios”.
 Ex.:
·         Doença de Crohn anticorpos produzidos contra as células Intestino delgado;
·         Anemia hemolítica hemácias;
·         Lúpus Eritematoso tecido conjuntivo e neurônios;

·        Diabete juvenil Células Beta pâncreas.

Referências
UFPE, Apresentação de antígenos e o complexo principal de histocompatibilidade (MHC). Disponível em: < https://www.ufpe.br/biolmol/Aula-Imunogenetica/aula-imuno-05.htm>. Acesso em 02 de fevereiro de 2017.

Manuais MSD, Doenças do sistema imunitário. Disponível em: < http://www.manuaismsd.pt/?id=194&cn=1634>.  Acesso em 02 de fevereiro de 2017. 

BioMania, Lonfócitos T. Disponível em: < http://www.biomania.com.br/bio/?pg=artigo&cod=4030>. Acesso em 02 de fevereiro de 2017. 
GELBART, M. WILLIAM; GRIFFITHS, ANTHONY J. F.; LEWONTIN RICHARD C.; MILLER, JEFFREY H.; SUZUKI, DARID T.. Introdução à Genética, 6ª ed., Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1998, 856 p..

SNUSTAD, D. P., 1940- Fundamentos de genética/ SIMMONS, M. J. ; tradução Paulo A. Motta.- 4ª ed. – [Reimpr.]. – Rio de Janeiro : Editora Guanabara Koogan, 2012.

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